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Existe vida antes do primeiro livro


Como algumas pessoas sabem, faz um tempo que sou aspirante a escritora de livros. Nesse longo meio-tempo, percebi que escrever um livro não é assim como eu escrevi na minha imaginação.


Aquele grande tema ainda não surgiu, mas aconteceram coisas lindas nessa jornada. Fiz algumas descobertas importantes e conheci alguns achados em forma de pessoas. Quero compartilhar um pouco disso tudo com você.


Descoberta 1: o grande tema não surge, ele é construído

Construído pelo trabalho diário, pelos objetivos de vida (que podem mudar com o tempo), pelos interesses (que também podem mudar) ou é mais simples do que suponho, mas de tão simples, insiste em se camuflar no cotidiano.


Descoberta 2: não é confortável se propor a escrever um livro

Realizar o sonho de ser um escritor é lindo, até poético, mas exige um porquê. E para chegar nele, muitas vezes é necessário remexer por dentro. Sabe aquela caixa de segredos empoeirada guardada no sótão? Tive que abrir e ver o que estava por trás desse sonho.


Descoberta 3: existem várias formas de se escrever além do livro

Pra mim, escrever um livro é o grande prêmio do escritor, é a consagração, mesmo que ele não conquiste nenhum prêmio ou nenhuma legião de fãs. É conseguir organizar as ideias, os objetivos, as expectativas e combinar tudo isso com a materialização de um livro.


Mas antes disso, você pode ter escrito tanto que nem faz ideia. No meu caso, escrevi vários artigos para mim e para meus clientes. Se eu juntar tudo, dá mais de um livro. Saber disso me fez validar o que eu fiz até aqui e comemorar. Pausa para um brinde!


Descoberta 4: um livro pode não caber na sua rotina

A escrita de um livro não é só fruto da inspiração ou da genialidade do autor. Antes de tudo, é consequência da disciplina e do foco nessa atividade. Por enquanto, ainda não consegui encaixar a escrita do meu livro totalmente na minha rotina, mesmo me considerando disciplinada e focada. Mas pelo menos já consegui avançar alguns passos nessa missão.


Descoberta 5: você pode descobrir que não precisa mais escrever um livro

Pra ter autoridade, reconhecimento, o seu legado eternizado e ainda ajudar as pessoas, antes do livro, você precisa aceitar que o autoconhecimento é fundamental. Só sabendo quem você é, você pode contribuir com mais de si e não com mais do mesmo.


É uma questão de comunicar o seu diferencial e não apenas a sua vontade de escrever um livro. E se você consegue chegar nessa fase do jogo, o livro é apenas um complemento, a cereja do bolo, para ser mais piegas do que a própria palavra.


Agora compartilho uma experiência bem pessoal. Nesse rico meio-tempo, tive a sorte de começar um processo de mentoria em grupo com uma super profissional, a Fernanda Tocchetto, bem no início dessa pandemia. Uma pessoa diferenciada que arrasta pelo exemplo e pelo cuidado com a base emocional e o equilíbrio antes de falar em estratégias.


Através dela, conheci pessoas maravilhosas que estão em busca de crescer e se desenvolver apesar de o mundo ter virado de cabeça para baixo, indo na contramão de tudo e de todos. Conheci alguns parceiros maravilhosos que me ajudaram a enxergar que o meu trabalho tem mais valor do que eu imaginava. Uma chave emperrada que finalmente destravou.


O caminho até o primeiro livro pode ser bem interessante, não é? Para mim está sendo revelador, tumultuado e me tirando o sono, mas só vou parar depois da última letra da última palavra escrita, sem esquecer do ponto final, é claro.

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