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As fotos que não tiramos


Você já teve a sensação de estar vivendo um momento especial que não está sendo registrado como deveria? Sem foto, sem boomerang, sem vídeo, e agora? Onde ficam guardados esses momentos e o que fazemos com eles depois que passam?

Eles se juntam às memórias já bordadas no lugar de afeto, criam histórias que depois contamos ou que, de tanto guardarmos só pra nós, ficam separadas em fragmentos de lembranças. “Uma história não contada é uma parte da vida ignorada, sem que ganhe a devida importância”.

Isso porque quando contamos uma história, seja ela qual for, a gente lembra de detalhes esquecidos, se dá conta de coisas que não havíamos pensado antes, e ressignificamos certas partes dela, ou melhor, de nós mesmos. É uma espécie de revelação. Quando a contamos, solidificamos a história na nossa cabeça e no nosso coração.

Nessa semana, comecei a separar as fotos do meu filho e de nós três por ano de vida dele pra que eu possa selecionar as fotos que vou imprimir em 4 grandes álbuns. Aí, me dei conta que existem tantas fotos que não tiramos… tantos momentos que não registramos!

Mas não fiquei triste, pelo contrário, fiquei feliz por me dar conta disso, que talvez os melhores momentos não são os que estão lá postados nas minhas redes sociais. Afinal de contas, eu não tirei foto dos milhões de beijos que troco com meu filhote, da careta que ele faz quando fala certas coisas, dos momentos felizes com meu marido, da sensação de pertencimento e bem-estar que sinto onde eu moro com meus amigos.

É tanta coisa que mora nas entrelinhas, nas palavras que ainda não escrevi, nas imagens que não imprimi, nos sonhos que estou realizando e nem me dei conta, de cada tudo que parece ser nada no vai e vem da vida corrida.

Ao invés de aflição, na próxima vez que me deparar com a sensação de que estou vivendo algo especial, vou sentir apenas vontade de aproveitar ao máximo esses momentos. Feliz por estar colecionando memórias de afeto.

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