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Que tal criar seus próprios gatilhos mentais


Se é pra cair em gatilhos mentais, nada mais justo do que cair nos seus próprios gatilhos, não acha? Todos nós conhecemos e já caímos nos tradicionais gatilhos da escassez, urgência, prova social, novidade, autoridade, reciprocidade, antecipação, entre outros, que servem para comprarmos ou cumprirmos ações estipuladas por outras pessoas.


Relembrando de alguns dos meus maiores desafios, me dei conta que existe um gatilho que ativei nessas situações, sem saber que ele existia. É um gatilho do bem, o gatilho da segurança. Quando foi necessário, ele funcionou perfeitamente!

A diferença entre esse e os outros gatilhos é que esse serve pra eu tomar atitudes em prol de mim mesma e não dos outros, entende? E, no momento em que eu tomo consciência dele, é mais fácil ativá-lo quando preciso, pelo menos, assim espero que aconteça daqui pra frente.

Vou contar alguns acontecimentos da minha vida em que ativei um gatilho que eu nem sabia que eu tinha, o gatilho da segurança, do “eu sou capaz” e deixei o medo e a insegurança na gaveta. Com certeza, você vai se identificar com pelo menos um deles.

  1. Quando eu tinha só 4 ou 5 anos de idade, fiz minha primeira apresentação de dança em um palco. Junto com as minhas colegas, eu deveria cumprir a coreografia de jazz ensaiada durante o ano todo. Só que, de repente, deu um branco, esqueci o que eu deveria fazer e parei no meio do espetáculo. Minha mãe achava que eu ia sair do palco e desistir, inclusive, já tava me esperando na plateia. Só que não! Me perdi, perguntei pra colega, me achei de novo e continuei, como se nada tivesse acontecido.

  2. Com 18 anos, fiz autoescola sem nunca ter dirigido. Fiz as aulas direitinho e, no dia da prova, deixei todo mundo fazer antes de mim e, quando chegou a minha vez, com toda a frieza que não era minha, fiz tudo certo e não perdi nenhum ponto. Meu instrutor não acreditou porque, desde a primeira aula, ele reclamava que eu nunca tinha pego no volante antes. Sabe aquela tremedeira, as mãos suando frio e as borboletas na barriga? Simplesmente não tive nessa hora.

  3. No meu TCC ou trabalho final da faculdade, ninguém entendeu o porquê de eu ter escolhido o professor mais exigente do curso pra me orientar e depois nem eu acreditei que conquistei a nota máxima no trabalho. Aquele gatilho apareceu de novo.

  4. Quando completei 3 meses na Itália, ainda escorregando na língua, encarei uma dinâmica de grupos pra uma entrevista de emprego. Uma não, várias dinâmicas, provas e entrevistas.

Nunca me esqueço uma das dinâmicas em que tivemos que fazer um cartaz com recortes de revistas contando a história que nos levou até lá. Contei a história dos meus bisavós que saíram da Itália e vieram para o Brasil depois de venderem a carroça que tinham. Fui até a etapa final concorrendo com uma italiana e fui eliminada porque eu não sabia o que era a palavra “sartoria”, que significa alfaiataria em Português. Me senti uma vitoriosa!

É como se eu tivesse representado outra pessoa nessas situações de pressão e estresse, mas acredito que, quanto mais eu exercitar esse papel e ativar esse gatilho, mais natural será com o tempo. Até porque ninguém muda da noite para o dia, é um processo de evolução e autoconhecimento constante.

Fiquei muito feliz em ter juntado esses momentos em que venci os medos e crenças sobre mim mesma e ultrapassei barreiras. Essa conclusão de que existe um gatilho a meu favor também pode te ajudar a lembrar dos teus momentos de superação e a criar o teu próprio gatilho do bem.


Vamos criar nossos próprios gatilhos do bem?

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